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sábado, 18 de setembro de 2010

Assistência Social informa ...

Atualizar a pedagogia face ao mundo mudado

Por Leonardo Boff

Séculos de guerras, de confrontos, de lutas entre povos e de conflitos de classe nos estão deixando uma amarga lição. Este método primário e reducionista não nos fez mais humanos, nem nos aproximou mais uns dos outros e muito menos nos trouxe a tão ansiada paz. Vivemos em permanente estado de sítio e cheios de medo. Alcançamos um patamar histórico que, nas palavras da Carta da Terra, “nos conclama a um novo começo”. Isto requer uma pedagogia, fundada numa nova consciência e numa visão includente dos problemas econômicos, sociais, culturais e espirituais que nos desafiam.

Esta nova consciência, fruto da mundialização, das ciências da Terra e da vida e também da ecologia nos está mostrando um caminho a seguir: entender que todas as coisas são interdependentes e que mesmo as oposições não estão fora de um Todo dinâmico e aberto. Por isso, não cabe separar mas compor, incluir ao invés de excluir, reconhecer, sim, as diferenças mas também buscar as convergências e no lugar do ganha-perde, buscar o ganha-ganha.

Tal perspectiva holística vem infuenciando os processos educativos. Temos um mestre inolvidável, Paulo Freire, que nos ensinou a dialética da inclusão e a colocar o “e” onde antes púnhamos o “ou”. Devemos aprender a dizer “sim” a tudo aquilo que nos faz crescer no pequeno e no grande.

Frei Clodovis Boff acumulou muita experiência trabalhando com os pobres no Acre e no Rio de Janeiro. Na esteira de Paulo Freire, entregou-nos um livrinho que se tornou um clássico: “Como trabalhar com o povo”. E agora face aos desafios da nova situação do mundo, elaborou um pequeno decálogo daquilo que poderia ser uma pedagogia renovada. Vale a pena transcrevê-lo e considerá-lo pois nos pode ajudar e muito.

1."Sim ao processo de conscientização, ao despertar da consciência crítica e ao uso da razão analítica (cabeça). Mas sim também à razão sensível (coração) onde se enraizam os valores e de onde se alimentam o imaginário e todas as utopias.

2.
Sim ao “sujeito coletivo” ou social, ao “nós” criador de história (“ninguém liberta ninguém, nos libertamos juntos”). Mas também sim à subjetividade de cada um, ao “eu biográfico”, ao “sujeito individual” com suas referências e sonhos.

3.
Sim à “praxis política”, transformadora das estruturas e geradora de novas relações sociais, de um novo “sistema”. Mas sim também à “prática cultural” (simbólica, artística e religiosa), “transfiguradora” do mundo e criadora de novos sentidos ou, simplesmente, de um novo “mundo vital”.

4. Sim à ação “macro” ou societária (em particular à “ação revolucionária”), aquela que age sobre as estruturas. Mas sim também à ação “micro”, local e comunitária (“revolução molecular”) como base e ponto de partida do processo estrutural.

5.
Sim à articulação das forças sociais sob a forma de “estruturas unificadoras” e centralizadas. Mas sim também à articulação em “rede”, na qual por uma ação decentralizada, cada nó se torna centro de criação, de iniciativas e de intervenções.

6.
Sim à “crítica” dos mecanismos de opressão, à denúncia das injustiças e ao “trabalho do negativo”. Mas sim também às propostas “alternativas”, às ações positivas que instauram o “novo” e anunciam um futuro diferente.

7. Sim ao “projeto histórico”, ao “programa político” concreto que aponta para uma “nova sociedade”. Mas sim também às “utopias”, aos sonhos da “fantasia criadora”, à busca de uma vida diferente, em fim, de “um mundo novo”.

8.
Sim à “luta”, ao trabalho, ao esforço para progredir, sim à seriedade do engajamento. Mas sim também à “gratuidade” assim como se manifesta no jogo, no tempo livre, ou simplesmente, na alegria de viver.

9. Sim ao ideal de ser “cidadão”, de ser “militante” e “lutador”, sim a quem se entrega, cheio de entusiasmo e coragem, à causa da humanização do mundo. Mas também sim à figura do “animador”, do “companheiro”, do “amigo”, em palavras pobres, sim a quem é rico de humanidade, de liberdade e de amor.

10.
Sim a uma concepção “analítica” e científica da sociedade e de suas estruturas econômicas e políticas. Mas sim também à visão “sistêmica” e “holística”da realidade, vista como totalidade viva, integrada dialeticamente em suas várias dimensões: pessoal, de gênero, social, ecológica, planetária, cósmica e transcendente.”


(Envolverde/O autor)

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

continuando ...


Há menos fome, mas ainda falta comida

Por Paul Virgo, da IPS

Roma, Itália, 15/9/2010 – Os números apresentados ontem pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação, que pela primeira vez em 15 anos mostram uma redução na quantidade de pessoas famintas, deveriam ser motivo de comemoração. Mas são insuficientes, segundo os compromissos assumidos. Não significa que a redução seja tão pequena a ponto de ser insignificante. Pelo contrário, a FAO estima que este ano há 925 milhões de desnutridos, 98 milhões a menos do que em 2009.

Se o mundo continuar por esse caminho, o primeiro Objetivo de Desenvolvimento do Milênio, de reduzir pela metade a proporção de pessoas famintas até 2015 em relação aos níveis de 1990, parece impossível. Lamentavelmente, a redução se deve a melhorias de curto prazo no clima econômico mundial, em lugar de seguir um avanço duradouro no combate aos estômagos vazios.

A recuperação e o barateamento dos preços dos alimentos aliviaram a situação após os efeitos da crise hipotecária e do aumento nos preços das matérias-primas. Mas os números da fome continuam acima dos níveis anteriores à crise, e persistem os problemas estruturais que fazem com que quase um bilhão de pessoas não tenham alimento suficiente para atender suas necessidades energéticas.

“Ainda é um número extremamente alto. Os piores excessos da crise se dissiparam um pouco”, mas não há o que comemorar, disse à IPS o diretor de redução da fome no capítulo britânico da organização Save the Children, Alex Rees. “Deve haver um grande sentido de urgência, já que o número é tão alto. Ainda há muitas emergências em várias partes do mundo”, acrescentou.

Assim, o primeiro Objetivo do Milênio ainda está muito longe de ser alcançado, pois, embora o total de alimentos seja amplo, os pobres de todo o mundo em desenvolvimento continuam vulneráveis aos impactos das flutuações econômicas e da perda de cultivos. Um recente aumento no preço das matérias-primas incentivou a Rússia a estender sua proibição às exportações de trigo até 2011, o que gerou especulações sobre quando os preços poderão retornar aos níveis da crise de 2008.

A FAO e centros especializados, como o Instituto Internacional de Pesquisa sobre Políticas Alimentares, afirmam que não é o caso, e apontam, entre outros fatores, boas reservas de alimentos, apesar de admitirem que a situação é instável. “A crise alimentar não passou: 925 milhões de famintos ainda é um escândalo”, disse Jeremy Hobbs, diretor-executivo da Oxfam International. Haver menos pessoas com fome é mais uma questão de sorte, acrescentou.

“A qualquer momento pode estourar outra crise alimentar mundial, a menos que os governos abordem as causas subjacentes da fome, que incluem a inconsistência do preço dos alimentos, décadas de investimentos insuficientes na agricultura e a mudança climática”, disse Hobbs.
O problema persiste apesar de a FAO e suas agências irmãs em Roma – o Programa Mundial de Alimentos (PMA) e o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (Fida) – dizerem que as soluções não são nenhum mistério.

Segundo elas, a experiência de países como Brasil, Nigéria e Armênia mostram que a fome pode ser reduzida investindo na agricultura em pequena escala para ajudar os pobres de áreas rurais a alimentarem-se no longo prazo, e proporcionando redes de segurança para que os necessitados possam sobreviver à crise de curto prazo. O mundo possui os alimentos e o conhecimento, o que leva alguns a concluir que falta vontade.

“O fato de haver tantos famintos no mundo é um desafio à noção de progresso humano”, disse à IPS Tony P. Hall, diretor da Alliance to end Hunger e ex-embaixador dos Estados Unidos nas agências alimentares da ONU em Roma. Frear esta situação “é questão de vontade política e espiritual. Até agora, não a demonstramos”, acrescentou.

Os ativistas contra a pobreza esperam que a cúpula que o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, convocou para a próxima semana em Nova Iorque, para avalir os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, dê novo impulso à luta contra a fome.

Esses objetivos são reduzir pela metade o número de pessoas que sofrem pobreza e fome, com relação a 1990, garantir a educação primária universal, promover a igualdade de gênero e reduzir a mortalidade infantil e a materna, combater a aids, a malária e outras enfermidades, assegurar a sustentabilidade ambiental e fomentar uma associação mundial para o desenvolvimento. Tudo isto até 2015.

Porém, reuniões como a da próxima semana só conseguiram fazer, até agora, com que os governos cumpram seus compromissos em matéria de assistência e investimentos, e os políticos não são os únicos culpados. O público em geral, tanto de nações ricas quanto das pobres é cúmplice, ao reagir com indiferença, em lugar de indignação. No começo deste ano, por exemplo, a FAO lançou na Internet uma petição, incentivando a população a se manifestar (“Isso me enfurece”, diz) contra a injustiça da fome e para pressionar seus governos no sentido de agirem a respeito.

Até ontem, conseguiu 765.129 assinaturas, nada mal para uma campanha na Internet, mas apenas uma fração dos milhões que vão às compras em um centro comercial, assistiram novelas ou campeonatos de futebol, ou, ainda, comerão em um restaurante no dia. “Com uma criança morrendo a cada seis segundos por problemas relacionados à desnutrição, a fome é a maior tragédia e o maior escândalo do mundo. Isto é absolutamente inaceitável”, disse ontem em entrevista coletiva o diretor-geral da FAO, Jacques Diouf. Envolverde/IPS


(IPS/Envolverde)

terça-feira, 14 de setembro de 2010

falando de consumo ...

Fome no mundo cai pela 1ª vez em 15 anos, diz ONU

Ter, 14 Set, 10h19

A estimativa de famintos no mundo caiu pela primeira vez em 15 anos, mas o recente aumento dos preços dos alimentos pode pôr em risco as metas para o desenvolvimento no mundo, informou hoje a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

O número de pessoas cronicamente desnutridas caiu para 925 milhões este ano. O número é 9,6% inferior ao registrado em 2009, de 1,023 bilhão de famintos.

A FAO informou que o resultado foi obtido pela melhoria na economia mundial e pela queda nos preços internacionais de alimentos. O maior avanço ocorreu na região da Ásia e do Pacífico, onde o número de cronicamente famintos caiu 12%, para 578 milhões em 2010, segundo a entidade. Ainda que esta região concentre o maior número de famintos do mundo, o desenvolvimento econômico na Índia e na China, que representam 40% do total do avanço na área, tem sido o principal fator a impulsionar a queda nos níveis da fome global. A FAO espera que o número melhore ainda mais este ano.

No entanto, o número de pessoas vivendo sem comida suficiente permanece "inaceitavelmente alto", em parte pelas crises econômica e de alimentos ocorridas em 2008 e 2009, notou a FAO. A produção recorde de cereais reduziu os preços, em comparação com os picos de dois anos atrás, quando uma explosão nos preços causou distúrbios em vários países. Porém, o recente aumento nos preços dos alimentos, caso permaneça, irá criar mais obstáculos para a redução da fome, alertou a entidade.

Os preços dos alimentos subiram para seu nível mais alto em dois anos no mês passado, saltando 5% em agosto, por causa de um forte aumento nos preços do trigo, segundo dados da FAO. Isso causa o temor de que pessoas nos países mais pobres sofram. Um caso recente foi a alta de 30% no pão em Moçambique, que levou a protestos durante os quais sete pessoas morreram e mais de 200 se feriram.

O índice de preços de alimentos da FAO esteve em média em 176 pontos em agosto, quase nove pontos acima de julho. Com isso, o índice chegou a sua máxima desde setembro de 2008, mas ainda 38% abaixo de seu pico, em junho daquele ano.

Mundo em desenvolvimento

Apesar dos avanços em alguns países, a fome no mundo em desenvolvimento também aumentou em geral, em comparação com 1990-92, quando o número de famintos nesses países totalizava 827 milhões, comparados com os 906 milhões deste ano. O restante dos famintos do total de 925 milhões vive no mundo desenvolvido.

Dois terços dos famintos do mundo vivem em sete países - Bangladesh, China, Congo, Etiópia, Índia, Indonésia e Paquistão. Com a previsão de que a população mundial aumente ainda mais, crescerá também a pressão sobre os recursos alimentares, lembrou a FAO. A entidade, sediada em Roma, convocou uma reunião especial para o dia 24, a fim de discutir a situação dos crescentes preços da comida no mundo.

As informações são da Dow Jones.

Anote aí ...

Baixa escolaridade mantém país no “top 10” da desigualdade mundial,
avalia economista da FGV

Por Gilberto Costa, da Agência Brasil

Brasília – A baixa escolaridade da população brasileira mantém o país entre as dez nações mais desiguais do mundo. “Ainda estamos no top 10 da desigualdade mundial”, afirma o economista-chefe do Centro de Políticas Sociais vinculado à Fundação Getulio Vargas (FGV), Marcelo Côrtes Neri.

Análise publicada pelo economista na última sexta-feira (10) mostra que desde 1996 há redução do índice de Gini. O indicador, que mede a concentração de renda (quanto mais perto de 1, maior a desigualdade), caiu de 0,6068, naquele ano, para 0,5448, em 2009.

Apesar da queda, o índice brasileiro é superior ao de países como os Estados Unidos (em torno de 0,400) e da Índia (0,300); e está próximo ao de nações mais pobres da América Latina e do Caribe e da África Subsaariana. “Saímos do pódio, mas ainda estamos entre os mais desiguais”, aponta o economista.

Segundo Marcelo Neri, para diminuir a desigualdade é preciso que a renda das classes mais baixas continue crescendo; que se mantenham programas sociais focados na população mais pobre; e, sobretudo, que o Estado amplie a oferta de educação de mais qualidade e as pessoas permaneçam na escola.

O sociólogo e cientista político Simon Schwartzman, presidente do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (Iets), assinala que “a educação no Brasil é muito ruim” e que há um “excesso de valorização” da escolaridade, o que explica a grande diferença salarial entre quem tem curso superior e quem não tem nenhuma formação. Para ele, o desempenho educacional “não tem melhorado muito” e, portanto, nos próximos dez anos o quadro de desigualdade permanecerá.

Para o gerente da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Cimar Azeredo, o Brasil tem “mazelas que não se desfazem de uma década para outra”. Ele citou a diferença entre a renda de homens e mulheres, brancos e negros. “O passivo é muito grande. Somos há muito tempo um país desigual.”

O estatístico e economista Jorge Abrahão de Castro, diretor de Estudos e Políticas Sociais do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), confirma que o país ainda vive “as sequelas do passado” demonstradas, por exemplo, na última Pnad, que, além da desigualdade perene, indica que um em cada cinco brasileiros com 15 anos ou mais tem menos de quatro anos de estudo.

De acordo com a Pnad, o percentual de crianças e adolescentes de 6 a 14 anos na escola em 2009 era de 97,6%. Na avaliação dos especialistas, a permanência dessas crianças na escola resultará em melhoria de renda no futuro.

Para Marcelo Neri, da FGV, a chamada nova classe média brasileira, com mais de 95 milhões de pessoas, é formada por crianças e adolescentes que entraram e permaneceram na escola nos anos 90, quando houve universalização do acesso ao ensino.


(Envolverde/Agência Brasil)

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Você sabia?

Responsabilidade Social é dever de cada um e de todos!

Por Ione Dall’ara Azevedo

Contribuir para o desenvolvimento depende de inserção social.

A responsabilidade social tem sido um dos grandes temas discutidos pela complexa sociedade atual. Empresas, entidades assistenciais, ONGs e organizações comunitárias se unem com um único objetivo: a construção de um mundo melhor. As mazelas sociais existentes no planeta, como o não acesso à educação, à saúde, à alimentação, aos bens culturais e à falta de condições dignas de habitação estão presentes até hoje em diversos países, entre eles, o Brasil. A desigualdade, fruto de injustiças sociais, de políticas publicas irresponsáveis e do individualismo, produz o cenário insustentável da sociedade contemporânea. O Estado não garante e nem atende as necessidades fundamentais do cidadão, enquanto o cidadão não se sente responsável pelo destino da sociedade a que pertence. Mas a preocupação para a diminuição das desigualdades existentes na nação não deveria ser de todos?

Enquanto as políticas públicas deveriam estar voltadas para atender os interesses da população, simples e pequenas ações locais podem fazer a diferença no contexto planetário. Iniciativas individuais, como o trabalho solidário e voluntário em instituições que acolhem crianças, idosos e atendem comunidades carentes, ou iniciativas coletivas seja de associações de bairros ou de outros grupos afins, que reivindicam os direitos da população, são ações de um sujeito protagonista da história do seu tempo. Que age localmente e provoca transformações globalmente, exerce assim seu legítimo direito à cidadania. Trabalhar, para que todos alcancem a qualidade de vida necessária para construção de um futuro onde se viva com dignidade, é uma maneira de agir com responsabilidade social. O abraço da causa por todos os segmentos da sociedade e por um número cada vez maior de pessoas tende a minimizar as injustiças e desigualdades sociais do nosso País. Não importa que a iniciativa seja no âmbito individual, coletivo ou empresarial, o interesse é ajudar o próximo, construir uma cultura de paz e um bem-estar social compartilhado por todos.

O bem-estar social está, sem dúvida, também atrelado às questões ambientais. Na atualidade, o desmatamento da floresta amazônica, por exemplo, atinge centenas de quilômetros, de acordo com dados recentes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Esse índice leva o Brasil a ser o campeão mundial do desflorestamento. Segundo pesquisa do Instituto Akatu pelo consumo consciente, mais de 30% da população no planeta não têm acesso à água e o número pode dobrar se nada mudar. O nosso principal desafio é a mudança nas pequenas atitudes do cotidiano em relação aos hábitos de consumo e estilo de vida. Só assim poderemos avançar rumo a uma sociedade sustentável.

A consciência da necessidade de preservação do meio ambiente é condição fundamental para um futuro de acesso aos bens essenciais para a nossa sobrevivência, como a água e os alimentos. Ao reciclar o lixo, plantar árvores, manter áreas verdes, evitar o desperdício de alimentos, usar conscientemente a água e a energia, estamos amenizando a curto ou a longo prazos, os danos provocados no passado ao ecossistema, deixando um mundo melhor para as próximas gerações.

Pensando em garantir uma sociedade mais justa e ambientalmente sustentável, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) elaborou, junto com 191 Estados-membros, oito objetivos para o desenvolvimento do milênio até 2015. São eles: erradicar a extrema pobreza e a fome; atingir o ensino básico universal; promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres; reduzir a mortalidade infantil; melhorar a saúde materna; combater o HIV/AIDS, a malária e outras doenças; garantir a sustentabilidade ambiental; estabelecer parcerias mundiais para o desenvolvimento sustentável. Todas as ações foram estabelecidas para contribuir para um mundo pacífico, justo e sustentável no século 21, e esse movimento não deve ser encampado apenas pelos governos, mas pelas instituições privadas e o terceiro setor.

Contribuir para o desenvolvimento de um país depende da inserção social, pois essa possibilita a todos o acesso às necessidades básicas. Para que haja a mudança, toda a sociedade deve se mobilizar para diminuir efetivamente as desigualdades existentes e se conscientizar da preservação dos recursos naturais no planeta. Como dizia o poeta Fernando Pessoa: “Talvez, abraçar uma causa e fazê-la acontecer seja um sonho, mas, não nos esqueçamos, somos do tamanho dos nossos sonhos”.

(Envolverde/Pauta Social)