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sábado, 26 de junho de 2010

então ...

A falsa imagem “verde” dos produtos

Por Thayse K. Neves

Os produtos brasileiros são os que usam menos apelos em suas embalagens para demonstrar ao consumidor sua preocupação ambiental. Comparado a outros países, o Brasil é o país que apresenta a menor média de apelos ecológicos por produto, 1,8 por produto, enquanto os Estados Unidos lideram o ranking uma média de 2,3 apelos por produto. Ainda assim, a prática é frequente no país, pois 90% de todos os apelos encontrados nos produtos cometem pelo menos um dos pecados da rotulagem ambiental.

Os dados divulgados são o resultado da pesquisa Greenwashing no Brasil, um estudo sobre os apelos ambientais nos rótulos dos produtos, realizado pela Market Analysis dando continuação no Brasil da pesquisa realiza pela TerraChoice em quatro outros países: EUA, Canadá, Reino Unido e Austrália.

Para quem não conhece o termo na língua inglesa greenwashing é empregado para designar um procedimento de marketing utilizado por uma organização com o objetivo de prover uma imagem ecologicamente responsável dos seus produtos ou serviços. As pesquisas realizadas buscaram não apenas descrever, mas principalmente entender e quantificar o crescimento no mercado do “greenwashing” ou “maquiagem verde” como também é conhecido. Através dos padrões observados, os apelos que apresentavam menções falsas ou duvidosas foram classificados em sete categorias (pecados do custo ambiental camuflado, pecado da falta de prova, pecado da incerteza, pecado ao culto a falsos rótulos, pecado da irrelevância, pecado do “menos pior” e o pecado da mentira), chamadas de “os sete pecados da rotulagem ambiental”.

Entre as 15 lojas visitadas no Brasil, foram encontrados 501 produtos de várias categorias que juntos somam um total de 887 apelos ecológicos. Comparando o Brasil à média dos outros países pesquisados, enquanto nos outros países há forte presença do pecado do custo ambiental camuflado (40%), aqui o pecado da incerteza (quando uma declaração é tão pobre ou abrangente que seu real significado pode não ser compreendido pelo consumidor) prevalece sobre os demais cometidos (46%) e é percebido em 55% de todos os produtos verificados que contém apelos ecológicos. No entanto, comparando o Brasil aos outros países pesquisados o percentual em relação ao total de pecados é significativamente maior, mas se visto em relação ao total de produtos que apresentam o Pecado da Incerteza, o percentual entre os diferentes países é similar, sobressaindo o Reino Unido com 62%.

Um exemplo muito comum do pecado da incerteza encontrado nas embalagens dos produtos são os termos e expressões “Verde”, “Amigo do Meio Ambiente”, “Ecologicamente Correto” e outras variações de terminologia que quando não possuem explicação geram dúvidas e acabam sem significado.

É interessante notar que nos apelos apresentados de forma escrita nas embalagens dos produtos brasileiros, a preocupação com a reciclagem do produto ou sua embalagem é a que aparece com maior intensidade. No que se refere à simbologia, o pecado da incerteza também está presente em dois símbolos bastante utilizados (ver abaixo) que apesar de sua similaridade, possuem significados diferentes. Alguns são aplicados de maneira correta de acordo com a ISO 14021, mas nem sempre o consumidor conhece as regras por trás da simbologia, fazendo-se necessária a presença de uma explicação a fim de não confundir a mente do consumidor.

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O símbolo da direita, o Mobious Loop, por exemplo, significa que o produto é feito de material reciclado. Mas, o produto é feito de material reciclado ou a embalagem? É 100% composto de material reciclado ou a porcentagem é menor?

Os consumidores do mundo inteiro estão preocupados com os impactos dos produtos que consomem e a procura por produtos considerados ecologicamente corretos vem crescendo nos últimos anos, o que estimulou principalmente as empresas a aproveitar o momento para associar seus produtos a atribuições ambientalmente responsáveis para não terem sua imagem manchada perante a opinião pública.

Em muitas embalagens os apelos utilizados pelas empresas podem ser considerados duvidosos e dependendo do caso, inclusive oportunistas, sem critérios claros que respaldem suas pretensões ambientalistas, ou, ainda, através da apresentação de símbolos e apelos visuais que podem induzir o consumidor a conclusões erradas sobre o produto ou serviço que deseja comprar.

Com a utilização apenas de exemplos corriqueiros mencionados fica claro que é imprescindível que o consumidor esteja atento na hora da decisão da compra, na hora de avaliar o aspecto sustentável de cada empresa e como esta se relaciona com os recursos naturais e principalmente que saiba interpretar o que a embalagem diz, só desta maneira, o consumidor fará com que as empresas passem a colocar nos seus produtos apenas informações verdadeiras e fundamentadas de forma de clara e precisa.

Ficha técnica:

Brasil

Estudo Greenwashing – Os sete pecados da rotulagem ambiental pela Market Analysis realizado em 15 lojas com 501 produtos entre os dias 13 de fevereiro e 02 de março de 2010 seguindo o padrão metodológico descrito e disponibilizado no relatório “The Seven Sins of Greenwashing” desenvolvido pela TerraChoice.

Outros países

Pesquisa realizada em 40 lojas com 4705 produtos entre Novembro de 2008 a Janeiro de 2009, nos Estados Unidos, Canadá, Inglaterra e Austrália. Todos os direitos reservados a TerraChoice Environmental Marketing Inc. – www.sinsofgreenwashing.org

falando de consumo ...

Os Alimentos da Estação


É importante que conheçamos as épocas NATURAIS de colheita de cada alimento, pois cada um deles terá maior plenitude nas suas propriedades nutricionais, como a função de provocar (segundo a medicina tradicional chinesa) a sustentação da vitalidade dos órgãos e vísceras do corpo humano que estão mais vulneráveis em cada estação, e garantir o bom funcionamento de todo o organismo.

Mas o Brasil é um país de dimensão continental, que apresenta climas, culturas, produções e até nomenclaturas regionais. Então, a listagem abaixo é uma referência e cada um terá que adequar à cidade e região em que vive.

INVERNO

Sistemas fragilizados: rins, bexiga, ossos e dentes.

No inverno os rins estão mais “yin”. Ou seja, menos ativos, tempo de parada e renovação. É o momento do ano em que eles estão mais vulneráveis e fragilizados. Portanto, é preciso fortalecê-los. O certo neste momento é consumir os alimentos típicos do inverno de seu país ou cidade. São as raízes, as sementes que precisam ser integrais e previamente germinadas, as frutas cítricas, as crucíferas e as folhas de cor verde bem escuro.

No inverno brasileiro é época de abóbora, abobrinha, batata doce, berinjela, brócolis, cará, cenoura, couve-flor, ervilha, inhame, mandioca, mandioquinha, nabo, acelga, alface, chicória (escarola), couve, espinafre, mostarda, repolho, banana, laranja, limão, mamão, melão, morango, pêra, pinhão e tangerina.

PRIMAVERA

Sistemas fragilizados: fígado, vesícula biliar e tendões.

Na primavera o sistema hepático está menos ativo. É o momento do ano em que fígado-vesícula mais precisam de uma aliviada nos excessos e uma bela tonificada. É hora de consumir mais flores e folhas. Abóbora, abobrinha, alcachofra, berinjela, beterraba, cenoura, chuchu, couve-flor, ervilha, mandioquinha, nabo, vagem, alface, almeirão, catalonia, chicória (escarola), repolho, banana, caju, laranja, melão, morango e pêssego. Aliás, em qualquer estação, a irritabilidade pode ser superada com mais verduras da primavera e diminuindo os alimentos aquecedores do inverno.

VERÃO

Sistemas fragilizados: coração, vasos, artérias e intestino delgado.

Verão é momento de frescor, hidratação e tudo de fácil digestão, ou seja, caprichar nas frutas, saladas e alimentos leves: abóbora, abobrinha, agrião, alcachofra, alho, batata-doce, berinjela, cenoura, chicória (escarola), chuchu, jiló, mandioca, milho verde, moyashi (broto de feijão), nabo, pimentão, quiabo, rabanete, repolho, abacaxi, abacate, ameixa, banana, caju, coco, figo, goiaba, jaca, laranja, limão, maçã, manga, maracujá, melancia, melão, pêra e uva.

OUTONO
Sistemas fragilizados: Pulmões e pele.

No outono começam os problemas respiratórios e de pele. Portanto, é o momento mais apropriado para cuidar muito bem destes sistemas de excreção. Os bons alimentos são: abóbora, abobrinha, acelga, alface, batata-doce, berinjela, brócolis, chuchu, mandioca, nabo, pimentão, quiabo, rabanete, tomate, vagem, repolho, abacate, banana, caqui, coco, goiaba, jaca, laranja, limão, linhaça, maçã, maracujá, melancia, pêra e tangerina.

Importante lembrar

Alguns alimentos precisam ser reconhecidos como tal pelo consumidor brasileiro. Bons exemplos são as folhas da beterraba e a rama da cenoura, ricas em antioxidantes, ferro e clorofila. São excelentes para sucos, saladas e amornados. Da mesma forma as folhas da couve-flor, abóbora, brócolis e os talos da salsa, coentro, agrião e hortelã, riquíssimos em vitamina C, que podem seR usados nos sucos, chás ou triturados no preparo de molhos.

Alguns alimentos que estiverem baratos numa estação poderão ser desidratados com luz solar e serem consumidos ao longo do ano. Logicamente, por não serem frescos e integrais, porque desidratados, serão usados como periféricos das receitas da alimentação crua e viva.


Leia a seguir trecho da matéria O poder de cascas, talhos e folhas:

Um cardápio no qual se aproveitam talos, cascas e folhas pode parecer estranho. Mas um estudo concluído recentemente pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), encomendado pelo Sesi-SP, pode fazer com que as donas-de-Casa revejam a atitude de jogar for a essas partes ‘não-convencionais’ de frutas, verduras e legumes. A pesquisa analisou 19 alimentos e comprovou que, em muitos casos, os itens geralmente descartadas podem ter tantos ou até mais nutrientes que a polpa e a semente de frutas e das verduras, ou a folhagem de vegetais.

Um dos resultados que mais surpreendeu foi sobre a cenoura. “A rama e a casca são muito mais nutritivas que a polpa. Em 100 gramas da rama há quatro vezes mais proteína, três vezes mais vitamina C e quantidade ainda maior de Ferro do que na polpa”, destaca a nutricionista Tereza Watanabe, do Sesi/SP. “O fato é que, nas feiras, os vendedores sempre perguntam se queremos levar cenouras com ou sem rama. A cada dez pessoas, nove preferem sem. Infelizmente falta conhecimento à população”, comenta Tereza.

Outro resultado surpreendente é em relação ao potássio. “Geralmente, as pessoas associam a banana como a principal fonte de potássio. No entanto, descobrimos que 100 gramas da casca do pepino é ainda mais Rica em potássio que a fruta. Além disso, a casca do pepino é riquíssima em fibras, o que torna a digestão mais fácil”, diz Tereza.

A professora da Unesp Giuseppina Pace Pereira Lima destaca que 60% do lixo produzido no Brasil é orgânico. “Nosso lixo é o mais Rico do mundo. Não podemos pensar que sementes de abóbora ou folhas do brócolis, por exemplo, são restos jogados fora”, diz.

Ela ainda cita que o reaproveitamento de alimentos deveria ser adotado em programas para a população de baixa renda. “Tudo pode ser aproveitado. Além de se diminuir gastos com a alimentação, a saúde do brasileiro só tem a agradecer”, finaliza.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

falando de consumo ...

Vida moderna à moda antiga



Por Mônica de Oliveira Costa

Cada vez mais nos afastamos da natureza. As crianças de hoje pensam que o leite sai da vaca em caixinhas. As hortas nos quintais se extinguiram. Colher uma fruta no pé é privilégio de poucos.

Entendo que a vida moderna nos afastou da natureza, mas nem por isso devemos nos prender ao consumo de alimentos industrializados. A ida ao supermercado deve ser feita de modo consciente.

O tempo se tornou um bem precioso. Os alimentos industrializados passaram a ser muito consumidos porque facilitam a vida das famílias nas grandes cidades. Porém, desejo ressaltar que a maioria das frutas já vem pronta para o consumo, após a correta higienização. Elas são excelentes opções para os lanches nos intervalos das refeições principais.

As verduras como alface, rúcula, agrião devem ser higienizadas, secas e acomodadas em travessas com tampa no dia da compra ou no final de semana. Isso facilita bastante o preparo das saladas durante a semana. Tomate, pepino, cenoura, rabanete entre outros são de rápido preparo no dia-a-dia. Aliás, ter um processador para ralar ou fatiar alimentos facilita um bocado e as próprias crianças podem realizar esta tarefa.

Vivemos num país abençoado, com uma variedade enorme de vegetais durante todo o ano. Até alguns anos atrás, tínhamos os alimentos de safra. Atualmente, com as novas técnicas de produção agrícola, temos manga no inverno e morango no verão. Mas sou a favor da agricultura orgânica porque ela respeita a época certa de se plantar e colher os alimentos.

Quando o alimento é de safra, isto quer dizer que ele foi colhido na sua plenitude de cor, sabor, aroma, aparência e nutrientes, ou seja, contém as substâncias necessárias para a boa manutenção da saúde. Um indicador é o preço dos alimentos nas feiras e mercados. Quando o alimento está abundante e barato é porque ele está na safra.

Os alimentos são a fonte de energia que precisamos para nos mantermos vivos e saudáveis. Escolhas corretas nos trarão retornos extraordinários! Prosperidade é investir em alimentos saudáveis para não gastar com médicos ou farmácia. A medicina preventiva é sempre a melhor opção.

Crianças e Adolescentes

Os hábitos alimentares se iniciam na infância. Queremos dar o melhor aos nossos filhos, para que cresçam saudáveis, alegres, cheios de energia, inteligentes, magnéticos e éticos. A fonte de energia vem da natureza, da luz do sol, das substâncias presentes nos vegetais, que retiram da terra e do sol as suas necessidades.

As crianças são extremamente curiosas. Novos sabores, texturas, cores devem ser oferecidos para que elas possam conhecer os vários tipos de alimentos. Quando as opções são escassas, todo o universo fica muito restrito. Essa limitação vai se refletir em vários aspectos na vida.

Alimentação monótona à vida (interna) monótona

O primeiro alimento a ser ofertado ao recém-nascido é o leite materno, que atende todas as necessidades do bebê, já vem em temperatura ideal e não requer nenhum tipo de higienização prévia. O bebê alimentado pela mãe não precisa de água ou chás. O peito deve ser oferecido várias vezes ao dia e não em horários previamente estipulados.

Conforme o bebê vai crescendo e com o surgimento dos dentes, novos alimentos devem ser oferecidos para completar a oferta de nutrientes responsáveis pelo desenvolvimento geral da criança.

O consumo de açúcar deve ser evitado, de preferência durante toda a vida. O açúcar vicia o paladar, destrói papilas importantes para a apreciação do prazer dos sabores naturais e sutis, de segurança aos exageros e até de acesso aos seis portais da sabedoria (tema palestra da Conceição Trucom).

O brasileiro consome muito açúcar, certamente por ter sido uma forte fonte econômica do Brasil colônia (aliás segue sendo). Podemos viver muito bem sem a presença dele. O açúcar não é um alimento, pois não fornece nutrientes importantes para a manutenção da saúde.

Muitos pais possuem o hábito de “premiar” os filhos com guloseimas e idas aos restaurantes fast-food. O melhor é premiar os filhos com algo que possa levá-los a um crescimento interior, ampliar seus conhecimentos, como livros, passeios, atividades lúdicas, artesanato: investimento estrutural e cultural.

É muito comum de se encontrar chocólatras atualmente. Isso está acontecendo porque as pessoas buscam o chocolate para superar as frustrações. Essa necessidade de comer algo doce remete à infância acalentada com guloseimas. Todos nós temos nossos momentos mais delicados e esses devem ser enfrentados e, não afogados em uma caixa de bombons.

Os adolescentes devem ser enxergados também com muito carinho. São muitas as mudanças que ocorrem nesse período, tanto físicas como psicológicas. É um momento de grandes descobertas, conflitos e, se não forem bem trabalhados, pode haver muito sofrimento.

Espinhas, cólicas menstruais, estrias, celulite e sobrepeso podem ser evitados quando o jovem segue uma alimentação rica em alimentos de origem vegetal e pobre em açúcar, farinhas e gordura. O organismo fica mais harmonioso, sem tantas toxinas a serem eliminadas e a auto-estima se eleva. A clareza e lucidez acontecem.

Para essa fase de muita insegurança, o gostar de si mesmo é importantíssimo. E, ter uma perspectiva mais desintoxicada também.

Os filhos são espelhos dos pais. Se os pais possuem hábitos alimentares saudáveis, consomem frutas e vegetais nas várias refeições, as crianças farão o mesmo. Quando chegarem à adolescência, por mais que freqüentem lanchonetes, consumam fast-food com os amigos, continuarão incluindo os vegetais na dieta, porque a base foi formada na infância.

CoMpARtilhE ...

O Ser Ecológico



As futuras gerações: as crianças são as mais vulneráveis da agricultura extensiva e com agrotóxicos. Segundo um relatório do Environmental Working Group (Grupo de Trabalho Ambiental), quando uma criança completa um ano de idade, já recebeu a dose máxima de agrotóxicos que seria permitida para uma vida inteira. Potencialmente, os bebês estão mais expostos a resíduos químicos do que a maioria dos adultos, basicamente porque consomem mais frutas, legumes e verduras (em relação ao seu pequeno peso) e são mais propensas a absorver toxinas porque seu trato gastrintestinal é mais permeável.

Todo “eco” só será “lógico”, quando ressoar em todos os ambientes possíveis da nossa sociedade. Quando for pauta para as nossas disciplinas de formação. Quando somar instrução à gestação, ao pré-primário dos nossos próximos hábitos e cultura - Flávio Basset

Um estudo de 2003, realizado pela Universidade de Washington, concluiu que as crianças que comiam frutas e vegetais orgânicos tinham concentrações de pesticida seis vezes menores do que as que consumiam produtos convencionais.

Enquanto os alimentos de cultura orgânica nutrem e protegem as crianças dos agrotóxicos, o alimento derivado da agricultura intensiva contém menos nutrientes do que a produzida há 60 anos. Uma equipe da Universidade de Emory (EUA), analisou amostras de urina de crianças entre 3 e 11 anos alimentadas com produtos orgânicos, e concluiu que praticamente não continham metabólitos de malation e clorpirifos, dois pesticidas de uso tradicional nas culturas convencionais. Entretanto, depois que essas crianças voltaram a ingerir alimentos não orgânicos, os metabólitos rapidamente aumentaram para 263 partes/bilhão, segundo estudo divulgado no dia 21 de fevereiro (2006).

Solo, agrotóxicos e alimentos vazios: as técnicas modernas de cultivo que apostam em um crescimento rápido e altos rendimentos, estão afetando a qualidade do solo, flora e fauna. A qualidade das águas, do ar e nutricional da humanidade.

E, trata-se de um sistema insustentável que depende fortemente de fertilizantes químicos, como o nitrogênio, para manter a ‘produtividade’ alta, mas que produz “alimentos vazios”. Tais “alimentos vazios” contêm propriedades nutricionais insuficientes e suspeita-se que tenham um papel no rápido aumento da obesidade, já que as pessoas comem mais para obter a nutrição de que necessitam.

Um relatório de 2001 da Britain’s Soil Association (Associação Britânica do Solo) analisou 400 estudos de pesquisa nutricional e chegou a conclusões semelhantes: os alimentos cultivados organicamente apresentam mais minerais e vitaminas, melhor dizendo, são alimentos nutricionalmente mais adequados e saudáveis.

As culturas extensivas (monoculturas mecanizadas) vão empobrecendo o solo a cada ano. A tecnologia da agricultura moderna devolve à terra apenas alguns fertilizantes sintéticos que não podem substituir o que se perdeu. Além disso, os herbicidas e inseticidas matam os microorganismos do solo, que têm papel importante em sua fertilidade e ajudam as plantas a crescerem e; matam toda a fauna que preserva o equilíbrio do ecossistema.

O que precisamos defender é a “agricultura via sistemas naturais”, que envolve o uso de cultivos perenes em policultivos, isto é, plantar diferentes vegetais juntos, como praticavam nossos ancestrais em muitas partes do mundo.

Cuidados com a Água: na cultura convencional os agrotóxicos utilizados nas plantações atravessam o solo, alcançam os lençóis freáticos e poluem rios e lagos, comprometendo todo o eco-sistema.

Na irrigação da agricultura orgânica, além de não haver risco de poluir as águas do planeta, somente utiliza-se água limpa e sem poluentes, originadas de poços artesianos controlados ou de minas preservadas.

Amparo ao produtor: o trabalhador rural precisa ser preservado, tanto quanto o solo, a fauna e a qualidade dos alimentos. Inclusive ter motivos para trabalhar e viver com dignidade da terra. Seus filhos, diante desta constatação, terão estímulos para seguir trabalhando na terra.

Adquirindo produtos ecologicamente corretos contribuímos para a fixação do agricultor na terra, para a preservação da terra, para a qualidade de vida e saúde do agricultor orgânico. Evitamos o êxodo rural e, viabilizamos de um dia sermos um agricultor rural.

Além disso, ajudamos também a frenar o envenenamento dos agricultores e famílias por agrotóxicos, situação que vitima cerca de 1 milhão de agricultores no mundo inteiro.

Ao optar por produtos orgânicos, as pequenas propriedades poderão manter-se sem assumir dívidas pela compra abusiva de defensivos tóxicos.

Cidadania e responsabilidade social: consumindo produtos orgânicos, você exercita seu papel social, contribuindo para a conservação e preservação do meio ambiente, além de apoiar causas sociais relacionadas com a proteção do trabalhador e a eliminação da mão-de-obra infantil.

Biodiversidade: a perda das espécies é um dos principais problemas ambientais. A agricultura orgânica preserva sementes e impede o desaparecimento de numerosas espécies, incentivando as culturas mistas (permacultura) e fortalecendo o ecossistema. Assim, a fauna permanece em equilíbrio e todos os seres coexistem em harmonia.

Aquecimento global e economia de energia: precisamos ter a consciência de que o alimento mais saudável e terapêutico é aquele que cresce à nossa volta. A quinoa é excelente para o povo das altitudes (Andes), a tâmara para o povo do deserto e as frutas tropicais para os brasileiros. Precisamos lembrar da enorme quantidade de dinheiro e energia gasta para transportar os alimentos de outros países, estados e regiões. Respeitemos as safras, os ciclos da natureza. Valorizemos o que está perto, mais barato e abundante.

O solo tratado com substâncias químicas, normalmente importadas e caras pelo custo de importação e transporte, libera grande quantidade de gás carbônico, gás metano e óxido nitroso. A agricultura e administração florestal sustentáveis podem reduzir a emissão desses gases, desacelerando as causas do aquecimento global.

Atualmente, mais energia é consumida para produzir fertilizantes artificiais do que para plantar e colher todas as safras.

Custo social e ambiental: o alimento orgânico não é, na realidade, mais caro que o alimento convencional se considerarmos que, indiretamente, estaremos reduzindo nossas despesas com médicos e medicamentos e os custos com a recuperação ambiental.

Segundo o médico paranaense Dr. Tsutomu Higashi, o primeiro princípio da
segurança alimentar é o de não ser envenenado. “Não adianta se preocupar
com a quantidade de seus nutrientes se o alimento já estiver contaminado”.

Alimentos mais nutritivos e saborosos: uma das principais preocupações da agricultura orgânica é com a qualidade e preservação do solo. O mundo presencia uma grande perda de solo fértil pela erosão, lixiviação de lagos, rios e mares, devido ao uso inadequado de práticas agrícolas extensivas (monocultura). Com a agricultura orgânica é possível reverter gradualmente essa situação.

Solos balanceados e fertilizados com adubos naturais produzem alimentos mais nutritivos. A comida fica mais saborosa, conservando as propriedades naturais dos alimentos como aroma, textura, cor e sabor. São ricos em água estruturada, vitaminas, sais minerais, carboidratos e proteínas. O alimento orgânico não contém substâncias tóxicas nociva à saúde. São mais palatáveis e fáceis de digerir.

Saúde garantida: muitos dos pesticidas utilizados no Brasil estão proibidos em vários países, devido às suas conseqüências nocivas para a saúde humana, tais como câncer, alergia e problemas respiratórios. Um relatório da Academia Americana de Ciências, publicado em 1982, calculou em 1,4 milhão/ano o número de novos casos de câncer provocados por agrotóxicos. Os alimentos de origem animal estão contaminados pela ação dos perigosos coquetéis de antibióticos, hormônios e outros medicamentos; que são aplicados na pecuária convencional, quer o animal esteja doente ou não.

Somente consumindo orgânicos estaremos protegidos do consumo de alimentos geneticamente modificados (transgênicos).

Finalizando: alguns autores e artigos questionam se realmente os alimentos da cultura orgânica são superiores nutricionalmente que os de cultura convencional. Eu penso: tudo bem, existem pessoas de todo tipo, de todo credo, cercado pelas pesquisas que realizou, etc. Não vou agora questionar esta polêmica por este lado. O que desejo é que todos reflitam...

quarta-feira, 23 de junho de 2010

CiDaDaNia ...

A ecologia das relações

A preocupação com o meio ambiente chegou para ficar. Já não há mais quem desconheça por completo o assunto e nos sabemos donos de parcela da responsabilidade por tudo o que acontece ao nosso redor.


É grande o número de pessoas que, em suas rotinas, já adotou novos costumes. Mudanças simples porém, significativas. O verde está na moda. Mas será que a palavra ecologia tem apenas essa cor? Por mais que esse tom sempre nos venha à cabeça quando pensamos na palavra, ecologia é mais do que isso. É, antes, a forma como lidamos com esse verde, tanto individualmente, quanto como parte da sociedade, do todo humano. Vale lembrar que a palavra ecologia vem do grego “oikos”, que significa casa, e “logos”, estudo. É o estudo da grande casa humana, de tudo o que há nela e de todos os seus ocupantes!

Por isso, podemos dizer que existe uma “ecologia” das relações humanas com a qual igualmente devemos nos preocupar. Nossa relação com o planeta terá a harmonia necessária para sua preservação apenas se, antes, como células desse grande corpo-terra, nós viermos a estabelecer uma coesão humana. Devemos adquirir tal consciência porque, então, passaremos a nos preocupar não só com o planeta que deixaremos aos nossos filhos, mas também com os filhos que entregaremos ao planeta.

Em “O Homem e Suas Viagens”, Carlos Drummond de Andrade pergunta: estará o homem equipado para a dificílima viagem de si a si mesmo, descobrindo em suas próprias inexploradas entranhas a perene e insuspeitada alegria de “con-viver”? Essa é a incrível viagem. A viagem do conhecimento de si mesmo. Qual a importância das palavras do poeta? A viagem de si para si, ao contrário de acarretar o isolamento ou alheamento, nos permite enxergar em nosso interior todas as virtudes e defeitos da espécie humana. Assim, convivemos com os outros sem a necessidade do julgamento, porque nos reconheceremos reciprocamente. Nos tornamos mais compreensivos e podemos criar uma verdadeira comunhão com nossos semelhantes. A simbiose entre universo e seres humanos passa necessariamente pelo encontrar a si mesmo.

Quando pensamos na atual dinâmica da sociedade humana, na evolução que permite ao homem um domínio cada vez mais amplo dos processos de materialização de seus desejos, o alerta de Drummond mostra toda sua força. Sem uma base social forte, uma verdadeira "ecologia das pessoas", todas nossas conquistas sempre estarão ameaçadas por reviravoltas que serão provocadas por nós mesmos, por movimentos de parcelas do agrupamento humano que foram excluídas, que se sentem insatisfeitas porque foram postas à margem.

Uma das mais perceptíveis facetas desse desenvolvimento é a do campo da tecnologia da informação. A internet, exemplo máximo, amplifica e espalha, em tempo real, as mais novas conquistas em todas as áreas do conhecimento. Permite, por exemplo, o contato direto com as diferenças culturais que nos marcam. A “floresta humana” não tem fim e, agora, bate à nossa porta; os horizontes se alcançam a toques de computador. Mas para que a multiplicidade de situações da vida não nos oprima, não nos deixe perdidos (o que provoca a intolerância, o desejo pela anulação das diferenças, impedindo a verdadeira interação), devemos empreender a viagem de que fala Drummond.

Mais uma vez: o auto-conhecimento não implica em isolamento. Pelo contrário, permite a identificação, a consciência do todo, de fazermos parte de uma mesma espécie. E, assim, com todas as ferramentas que hoje temos à disposição, poderemos criar uma rede ao mesmo tempo global e local. E são redes que se fazem presente em todos os lugares e situações. Em uma empresa, por exemplo, o primeiro passo para estabelecer a unidade entre os elementos individuais é identificar os idiomas que são falados. Montar um mapa. O que existe em comum entre esses indivíduos? Quais são os valores reconhecidos? Qual é a missão pela qual todos se sentem responsáveis? Claro que sempre haverá a diferença (ela é a condição primeira), mas deve-se encontrar a identidade, o fecho de valores sintetizado por uma imagem pela qual todos estão a serviço.

Contudo, a experiência da análise da dinâmica empresarial tradicional demonstra a existência de uma frágil união entre seus membros. Uma união formal, imposta de fora para dentro, que não é orgânica. Em geral, a única preocupação é que cada um saiba “qual é seu lugar” e, ainda que assim se possa identificar a perspectiva horizontal de uma empresa, com seu capital, tecnologia, competências e habilidades, não se constrói uma verdadeira identidade, um propósito, a razão da existência, valores e visão da organização. Porque apenas dessa maneira se estabelecerá uma unidade natural onde cada semente germinará espontaneamente, em benefício de si mesma e de todos. É assim que funciona no meio ambiente e, aprendendo com a natureza, é também como devemos forjar a “ecologia das pessoas”.

Não é trabalho mágico. Milênios foram necessários para que se formassem as florestas, para que pequenas flores e grandes árvores convivessem em harmonia. Pôr em prática seu próprio conhecimento não pode ser a única missão de um novo empregado. A ele não se deve apresentar apenas seus objetivos individuais, mas, mais do que isso, mostrar-lhe qual será seu papel dentro da cultura de valores da empresa e como isso se dará em relação à contribuição das outras pessoas. É disso que se trata a “ecologia das relações”, a “ecologia das pessoas”: de uma reorganização necessária (e plenamente possível) dos espaços de nossas vizinhanças, cidades, empresas, etc... Assim, nossa grande “casa” será cuidada por inteiro, sem que reste qualquer cantinho esquecido!

Eunice Fernandes de Oliveira Hilsdorf Brito

Viva São João ...


Andreza Magalhães Zdizain / Divulgação

Foto: Andreza Magalhães Zdizain

O São João se aproxima, e, nessa época, não podem faltar na mesa pratos como pé-de-moleque, canjica e pamonha...

Amanhã: Confraria Social,
você não vai perder não é?



terça-feira, 22 de junho de 2010

É bom saber ...

Alfabetizar com sucesso: música, texto, jogos


alfabetizar com sucesso

Como alfabetizar com sucesso utilizando música, texto e jogos no processo de educação –

Alfabetizar é uma das fases mais bonitas do aprendizado, pois é o primeiro passo para o conhecimento e para se tornar alguém reconhecido na sociedade. A alfabetização, quando realizada com sucesso, permite que o aluno aprenda a ler, escrever, fazer contas e muito mais atividades que são essenciais nos dias de hoje e mais do que isso, são ferramentas para compreensão e realização da comunicação do homem na sociedade e chave para a certificação dos saberes já conquistados. Entretanto, alguns métodos ainda utilizados já estão ultrapassados e não mais despertam nos alunos a magia e o encantamento pelo que ainda não foi descoberto.

Por isso, a alfabetização com textos ilustrativos, músicas e vídeos tem sido um método bastante eficaz, uma vez que o aluno aprende se divertindo. Já passamos do tempo em que a alfabetização era exclusivamente juntar as sílabas e formar palavras, atualmente o aprendizado é feito a partir da visão do mundo, quando começamos a fazer interpretações do espaço e das pessoas ao nosso redor. É fácil de entender porque os novos métodos geram tantos resultados positivos, aquilo que nos interessa e que nos marca de alguma forma, fica guardado e lembramos com mito mais facilidade.

Dessa forma, quando é colocado em sala de aula um novo jogo, colorido e divertido, que contenha todas as letras do alfabeto, o aluno certamente lembrará com muito mais facilidade do que quando damos a ele um papel branco, com as letras do alfabeto escritas. Hoje, os educadores precisam ser mais do que bons professores, precisam ser facilitadores do aprendizado, criando novas técnicas de chamar a atenção do aluno de varias maneiras.

Alguns jogos podem ser levados para a sala de aula, ou utilizados em casa com toda a família, como o Silabário – onde a criança escolhe as sílabas que quiser formando palavras aleatoriamente, a Memória 3D – utilizando figuras e palavras para estimular a memória do aluno ou a Escaria, que desenvolve a consciência silábica. Acesse os sites abaixo e descubra como realizar esses e outros jogos, encontre músicas e textos que irão te ajudar a alfabetizar com sucesso.

Conteúdo e dicas para alfabetização de crianças

diariodaprofaglauce.blogspot.com/

www.projetospedagogicosdinamicos.com/jogosalfa.htm

www.rota83.com/atividades-de-alfabetizacao-para-ensino-infantil

reginapironatto.blogspot.com/2008/01/alfabetizacao


Fique Por Dentro ...

O fundador do Instituto Azzi, Marcos Flavio Azzi, explica na entrevista como pessoas físicas de alto poder aquisitivo podem fazer filantropia de uma forma estruturada e estratégica. A entidade funciona como a ponte entre o investidor social e a organização apoiada e realiza diligências para medir a qualidade da gestão, a solidez, a transparência e o potencial de impacto dos projetos. Também monitora o investimento realizado, com prestação de contas e mensuração do impacto gerado.

Somente em dois anos de funcionamento, o instituto conta com uma rede de doadores formada por 20 investidores, que aplicam cerca de R$ 50 mil por ano no setor social. Por meio das atividades realizadas pelo instituto, 40 ONGs da Grande São Paulo e do litoral paulista já foram beneficiadas e a meta é expandir as atividades para outras cidades brasileiras.

“A gente tem muito interesse em expandir nossas atividades. Qualquer lugar que tenha pessoas de alto poder aquisitivo, bem intencionadas e boas práticas sociais, é possível ter um trabalho como esse”, pontua Marco Azzi. Ele também destaca como o instituto atua e avalia o movimento de filantropia no país. Segundo Azzi, o setor tem mudado num ritmo acelerado e o conceito de doação a fundo perdido está com os dias contados. Acompanhe.

1) Responsabilidade Social - Se a cultura da filantropia vai florescer de verdade no Brasil, me aparece que vocês estão plantando uma boa semente. Como você teve a ideia de fundar um instituto que tivesse esse objetivo?
Marcos Flavio Azzi
– Em 1995 comecei a atuar na área comercial, em uma pequena corretora no centro de São Paulo, chamada Hedging-Griffo. Isso foi no início do Plano Real e a empresa buscava montar uma administradora de recursos e atuar em fundos multimercados e não apenas em fundo de renda fixa para proteger os investidores de uma hiper inflação mensal que o Brasil tinha na época. Esse discurso só teve eco em pessoas físicas de alto poder aquisitivo e que separavam uma parcela para investir nesse tipo de mercado. Fiz esse trabalho por 15 anos, fazendo hora comercial e conversando com investidores.

Em 2002, já como sócio da empresa que apresentava resultados expressivos, comecei a separar 3% do meu patrimônio para ser a verba de filantropia para o ano seguinte. Também nessa época comecei a reformar casas populares, um projeto de algo em torno de R$ 2 mil por moradia. Os beneficiados devolviam R$ 600 em dez parcelas de R$ 60. Mas esse valor não voltava para mim, ia para a associação de moradores, para garantir a subsistência da própria comunidade atendida.

Dessa forma, quando conversava com os investidores sobre fundos de investimento, também comentava sobre a diária social e a reforma das casas. Lembro que muitos deles me perguntavam: “Mas, se chega um bom projeto de idoso. O que você faz?”. Eu respondia: “Falo que não vou investir porque meu foco é a reforma de casa popular”. E isso gerava uma série de questionamentos sobre a própria atuação social dessas pessoas.

Eu percebi que o investimento de pessoas físicas feito na área social era muito fragmentado. Doa-se pouco recurso para muitas organizações; não há uma causa definida; e muitas vezes é um movimento, que eu diria, oportunista. Dessa forma surgiu a ideia de montar um instituto para organizar essa rede de doação, para que as pessoas pudessem investir melhor no social, e do outro lado, que conseguisse encontrar, claramente, qual é o foco de atuação desse investidor. De um lado, a gente tem uma boa prática de atuação dentro do foco escolhido e, do outro, boas organizações sociais capazes de entregar aquilo que o investidor espera.

2) RS - Quais as causas que os doadores mais procuram o instituto para apoiar?
MA
– A primeira é educação e de uma maneira bem ampla, com investimentos em educação regular e complementar, reforma de escola, doação de acervo para montagem de biblioteca, criação de brinquedoteca, entre outros. Em segundo eu indicaria projetos focados em crianças e adolescentes.

Agora está em andamento no instituto uma iniciativa voltada para maus tratos contra os animais. Uma vantagem da instituição é poder atuar em qualquer causa que a pessoa queira. Não há uma relação de boas práticas que a entidade ofereça. O instituto escuta as sugestões dos investidores e vai a campo buscar esses projetos.

3) RS - Como o instituto seleciona os projetos e quantas organizações vocês já apoiam?
MA
- Já temos quase 40 ONGs cadastradas. O processo começa após a reunião inicial com o investidor para descobrir qual é o foco em que ele deseja atuar. Com base nisso, fazemos contato com um grupo de pessoas que chamamos de ‘aliados sociais’. O grupo, composto por cerca de 80 pessoas de diversos setores, como institutos de empresas, organizações sociais, em comunidades, consultores, vai nos apoiar na busca pelos projetos, e não na seleção.

Finalizada essa fase, entramos em contato com as entidades indicadas e solicitamos o preenchimento de um formulário que contempla, mais ou menos, 60 questões com quatro frentes: atualidade e gestão; potencial de impacto; solidez e transparência. Tudo isso é ponderado no instituto. Temos uma metodologia para classificá-las e apenas aquelas que tiverem uma nota superior a sete podem continuar no processo.

Caso a instituição passe nesse primeiro crivo, nós a visitamos para comprovar se o que ela informou é coerente com a prática. Em seguida pedimos um projeto detalhado com informações como princípio, meio e fim da iniciativa, expectativa de resultado claro e mensurável, cronograma de desembolso, e prestação de conta.

Dessa forma, reunimos todas as informações necessárias, como qual é a ONG, qual é o projeto em questão e levamos para o investidor, para que ele possa analisar se é aquilo o que ele espera. Depois disso, assina-se um contrato entre as três partes (investidor, instituto e a organização), com os direitos e deveres de cada uma. Só aí tem início o projeto.

4) RS - Como vocês procuram investidores sociais? Quem é o perfil do investidor social ideal?
MA
– Nossos investidores são, principalmente, pessoas físicas, com poder aquisitivo um pouco mais elevado e que já tenha algum patrimônio. O investidor precisa estar disposto a dispor de uma porcentagem – seja de 1% - e que formará o montante de R$ 50 mil por ano, no mínimo. Para buscá-los, nós fazemos reuniões para apresentar o instituto. Há também indicação dos nossos investidores e a nossa base de contatos pessoais.

5) RS -Vocês exigem alguma periodicidade nas doações?
MA
– Não, mas o investidor tem que se comprometer até a conclusão do projeto. Tem projeto que dura um dia, por exemplo, a compra de dez cadeiras de rodas. É aquisição, a entrega, e acabou o projeto. E eu tenho uma iniciativa que é o reforço da gestão de uma organização social. Pode ser que esse projeto demore três anos. Então, está muito vinculado ao projeto. A partir do momento que o projeto é concluído, que se discute a continuação no próximo período.

Nunca procuro o investidor social com o projeto debaixo do braço. E sempre vai ser assim, porque o que a gente acredita é que só encontrando claramente o foco que está dentro do investidor, que ele se torna, de fato, um investidor social de longo prazo. E esse investidor envolve a mulher, envolve os filhos nessa ação. Ele pode, inclusive, brigar por essa causa numa festa, por exemplo. É diferente quando a gente consegue isso.

6) RS - Como vocês monitoram os projetos em andamento? A organização apoiada tem que enviar ao instituto relatórios financeiros e de atividades com uma periodicidade pré-estabelecida? Existe alguma ONG que não tenha recursos para fazer esses relatórios?
MA
– Sim. As organizações apresentam os relatórios e até hoje todas as entidades que têm projetos em andamento no Instituto Azzi não apresentaram dificuldades no preenchimento do documento. Logo no início elas são orientadas por uma equipe do instituto para preencherem de forma correta os relatórios. As instituições aprendem a prestar conta de uma maneira clara e transparente.

7) RS - Hoje o instituto atua apenas na Grande São Paulo e no litoral paulista. Você tem planos para uma atuação nacional, ou já conversou com algum parceiro para replicar a experiência em outro Estado?
MA
- A gente tem muito interesse em expandir nossas atividades. Qualquer lugar que tenha pessoas de alto poder aquisitivo, bem intencionadas e boas práticas sociais, é possível ter um trabalho como esse. Temos muito interesse em começar a estudar o Rio de Janeiro para o próximo ano. Eu acho o Rio uma cidade fantástica, com um capital humano maravilhoso, tanto de pessoas físicas de alto poder aquisitivo, quanto de excelentes práticas sociais, e que demanda uma ponte entre esses dois “mundos”.

Não só no Rio de Janeiro, como em Salvador, onde a gente tem um carinho muito forte pela cidade. Lá tem uma ponte clara para ser feita, além de Brasília, Curitiba, entre outras. No Brasil há um mercado muito interessante para organizações que tenham essa capacidade de unir as duas partes, que ainda estão muito distantes. É um trabalho não só para o Instituto Azzi.

8) RS - Qual é a meta de curto prazo do instituto, em termos de doadores?
MA
- A nossa meta para esse ano é conquistar 15 novos investidores, além de manter a nossa base atual. Para isso, a gente espera visitar 80 novos prováveis investidores para que, desses 80, haja uma conversão de 20%, que resultaria nesses 15 ou 16 doadores. O resultado apresentados até agora são muito bons. Estamos à frente da meta para esse último trimestre que passou.

9) RS - Como você está vendo a evolução da ideia de filantropia no Brasil, com as pessoas que você conversa?
MA
- Acho que está evoluindo mais rápido do que eu, inclusive, imaginava e vale lembrar que estou nessa área há oito anos. Eu vejo que o conceito de doação a fundo perdido, sem saber o que está sendo feito com o dinheiro, apenas pela boa intenção de doar, está acabando e rápido. E muitas organizações sociais não se depararam com esse problema ainda.

Na minha avaliação, esse setor está se profissionalizando cada vez mais depressa. Eu tenho ficado muito bem impressionado quando vejo executivos de empresas saindo para se tornar executivos de organizações sociais, um movimento que não existia há cinco anos. Além disso, tenho visto demanda de faculdades para que tenha aulas sobre terceiro setor e de boas práticas sociais porque os próprios alunos têm solicitado.

Eu fico muito bem impressionado quando vejo alunos recém-saídos da faculdade, de Administração, por exemplo, interessados em iniciar uma carreira no terceiro setor, seja em microcrédito, inclusão digital, ou outras coisas desse tipo. Na minha época, há quinze anos, isso não acontecia. Era caridade pura e as organizações sociais eram caritativas. Hoje não. Mudou muito. Então, eu vejo com muito bons olhos. Eu acho que a gente vai ter uma onda de evolução.

10) RS – O que o senhor entende por responsabilidade social?
MA
- Ser capaz de ter uma visão ampla do mundo ao redor, do mundo próximo no círculo familiar, no dentro de casa, no entorno e na sociedade como um todo. Reconhecer que o que nos cerca, pessoas e demais seres vivos, precisam ser cuidados, ter carinho. Ter sensibilidade ao se defrontar com as inúmeras situações que nos deparamos da hora que levantamos até a hora que nos deitamos para encerrar o dia.

A entrevista foi concedida ao Podcast Rio Bravo e está disponível no link http://www.riobravo.com.br/podcast.

domingo, 20 de junho de 2010

Você não vai perder não é?

fique LiGaDo ...

PARA INJETAR SANGUE NA REDE

Amigos usam a internet para estimular a doação no país.

NA VEIA...

O SITE ou o TWITTER - Se você quiser saber mais sobre o VEIA SOCIAL acesse o site
www.veia-social.com.br
twitter.com/veia-social

INCA

A assitente social do Serviço de Hemoterapia do Instituto Nacional do Câncer, Karla Savedra, alerta para que as informações colocadas na internet sejam sempre checadas, para evitar erros.
Quem quiser procurar o INCA para saber como se tornar um doador, pode ligar para:
2506 6021 / 2506 6580

A coleta acontece de segunda a sexta, das 7 às 14h30m
aos sábados de 8h ao meio-dia.


SEJA UM DOADOR, DOE VIDA!

Você sabia?

... uma lata de alumínio leva mais de 1000 ANOS para se decompor?

Com a coleta seletiva de resíduos, reduzimos os impactos causados por nossas atividades ao Meio Ambiente, além de gerar renda e novos empregos na Indústria da reciclagem e a diminuição do volume de lixo e energia.
O processo resume-se no derretimento do metal, o que é muito menos dispendioso e consome muito menos energia do que produzir o alumínio através da mineração.
E você, se preocupa com a preservação ambiental?



'OS ENCANTADORES DE SUCATA' ... Você conhece?

Eles transformam lixo em arte e fazem exposição no Centro de Referência do ArtesanatoBrasileiro, na Praça Tiradentes.

A exposição está até o dia 9 de julho. Pça Tiradentes 71.


SABOROSO E ECONÔMICO

Receita de SUCO DA HORTA, do Programa Cozinha Brasil, do SESI-RJ.
Fonte de ácido fólico, ferro e vitamina C, combinação que facilita a absorção de ferro no intestino, contribuindo assim para a prevenção da anemia.
Possui também cálcio e magnésio, combinação excelente para a fixação de cálcio nos ossos.

INGREDIENTES:
3 folhas gr., com talos, de couve manteiga/ 2 maracujás / suco de 3 limões / 1,5 lt. de água / açúcar a gosto.

MODO DE FAZER:
Bata no liquidificador a couve com a água, coe e reserve o bagaço. Acrescente o maracujá, o suco de limão, liquidifique e coe novamente. Adoce a gosto.

DICAS:
1) Para higienizar a couve, lave folha a folha em água corrente e deixe de molho por 15 minutos em solução clorada ( 1colher de sopa de água sanitária em 1l de água - atenção: essa água poderá depois de usada ser jogada no seu vaso sanitário). Enxágue em água potável.
2) O bagaço da couve pode ser adicionado ao feijão, arroz ou ensopado de carne.