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quinta-feira, 16 de junho de 2011

ATiViDaDeS

detalhamento: bolsas confeccionadas na Oficina de Reaproveitamento de Materiais, estarão na barraca da Ação Social na Festa Junina, dia 25 de junho, no Clube Militar.

Passava os dias ali, quieto, no meio das coisas miúdas...

E me encantei.

(Manoel de Barros)

PS: nossos agradecimentos pelas miçangas, tecidos, cola, linhas, agulhas, ....
obrigada pela sua doação ...
obrigada pela sua colaboração!


quarta-feira, 15 de junho de 2011

CoMPaRTiLhanDo (valeu Lizz)



Aumenta o interesse pela literatura feita por

escritores indígenas

PublishNews – 15/06/2011 – Gabriela Nascimento

A afirmação é do escritor Daniel Munduruku, que participa nesta quinta do Seminário FNLIJ de Literatura Infantil e Juvenil


O último dia do 13º Seminário FNLIJ de Literatura Infantil e Juvenil será dedicado ao VIII Encontro Nacional de Autores Indígenas: Literatura Indígena e Resistência. Marcado para começar às 9h desta quinta-feira, dia 16, o evento acontece paralelamente ao Salão do Livro para Crianças e Jovens (Av. Paulo de Frotin, 1 –Centro – Rio de Janeiro/RJ).

Daniel Munduruku, diretor do Instituto Indígena Brasileiro para Propriedade Intelectual e um dos palestrantes do evento, contou, do alto da sua estante com 40 obras já publicadas, que vê com otimismo o interesse do mercado editorial pela literatura feita por escritores indígenas, mas diz que isso pode ser atribuído à descoberta por parte do mercado editorial de que este nicho pode ser explorado economicamente.
Ele acredita que isso ajuda a luta desses povos, que querem reverter o estado de invisibilidade social a que foram submetidos durante anos. Para ele, os povos indígenas têm a missão de, em sua literatura, ajudar os brasileiros a lembrar de seus rituais, cantos, danças e lendas que contribuíram para a formação cultural do país. “O Brasil é um país indígena, apenas se esqueceu disso”.
O evento, já em sua 8ª edição, é o resultado da teimosia desses autores em acreditar que podem oferecer muito aos brasileiros, explica Munduruku. “Isso vem se mostrando através da qualidade dos nossos trabalhos editoriais, de nossa participação em eventos literários em todo território nacional e da demanda por textos de autores indígenas”, disse.
Ele também comentou sobre a vitória que foi a edição da lei 11.645/08, que torna obrigatório o ensino da temática indígena em todos os níveis do ensino, além de ser uma forma de reparar um dano feito pelas próprias escolas. Segundo ele, são as escolas as responsáveis pelo ensino de uma ideologia anti-indígena: “A escola cristalizou estereótipos e congelou culturas vivas fazendo seus estudantes acreditarem que crenças eram crendices, que espiritualidade baseada nas coisas da natureza era coisa de selvagens. É, portanto, justo que a escola reverta este quadro trazendo para sua grade a temática indígena, sua riqueza, sua beleza, sua arte, sua cultura e suas lutas por se manterem como povos diferenciados dentro de um país que sempre os menosprezou”.
O interesse acadêmico pela arte e cultura dos povos indígenas também está crescendo e uma prova disso é que uma das mesas do seminário será inteiramente composta por pesquisadores. Mas, para Daniel, o papel da literatura indígena é ainda maior que isso. Por isso, o tema do seminário deste ano é “Literatura e Resistência”, o que por si só já mostra que estará em pauta a literatura engajada.
“A grande novidade desta edição é que vamos trazer um conjunto de indígenas que aliam a literatura à sua luta pela sobrevivência física e espiritual. Será um encontro que mostrará que os indígenas sabem transformar sua rica cultura numa poética de resistência sem perder a magia de sua tradição”, conta Daniel.

Programação
13º Seminário FNLIJ de Literatura Infantil e Juvenil l 16 de junho
VIII Encontro Nacional de Autores Indígenas: Literatura Indígena e Resistência
9h: Ritual e apresentação dos convidados
Mesa de Abertura
Elizabeth Serra – FNLIJ
Daniel Munduruku – Instituto UK’A
Cristino Wapichana – NEArIn
Patrícia Lacerda – Instituto C&A
10h: Contando histórias com a vida
Mediador: Ailton Krenak
Jacy Makuxi – Povo Makuxi – RR
Marcos Terena – Povo Terena – MS
Estevão Taukane – Povo Kura-Bakairi – MT
Manoel Moura – Povo Tukano – AM
11h: Poéticas da resistência.
Mediador: Severiá Xavante – Povo Xavante – MT
Ademario Ribeiro – Povo Payayá – PE
Graça Graúna – Povo Potiguara – RN
Eliane Potiguara – Potiguara – RJ
Olívio Jekupé – Guarani – SP
12h30: Almoço
14h: Sorteio da pontualidade (livros e arte indígenas)
14h30: O lugar da literatura indígena na academia: questões em aberto.
Mediador: Graça Grauna
A [re]construção da identidade indígena pela Literatura: Munduruku e o diálogo com a tradição
Luis Fernando Nascimento – Universidade de Taubaté- SP
Poética da migração: uma leitura de Metade cara, metade máscara, de Eliane Potiguara
Cassiane Ladeira – Universidade Federal de Juiz de Fora- MG
Era uma vez… o poder da floresta e a sabedoria das águas num lugar não tão distante…
Alcione Pauli – Univille – SC
Literatura Afro-brasileira e indígena na escola: A mediação docente na construção do discurso e da subjetividade
Ana Maria Almeida – UNIFESO – RJ
16h: Sarau de poéticas indígenas
Marcelo Manhuari, Elias Yaguakã, Cristino Wapichana, Carlos Tiago, Graça Graúna e Eliane Potiguara… e quem mais desejar interagir

16h30: Lançamento coletivo de livros indígenas e da coleçãoNheengatú (Editora Valer/AM)

terça-feira, 14 de junho de 2011

DEIXA SAIR: Outono, receita médica: Contentamento

DEIXA SAIR: Outono, receita médica: Contentamento: "abril de 2004 Chega junto com o outono, em dias lindos e limpos, o medo da pneumonia 'atípica'. Os jornais abrem manchetes sobre os casos ..."

ATENÇÃO PESSOAS!!

O Brasil assumiu a meta de erradicar o trabalho de menores de nove anos até 2015. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Pnad/IBGE), a situação atingia 123 mil crianças em 2009 (0,9% do total dos brasileiros dessa idade). O objetivo para a faixa entre 10 e 13 anos é reduzir a ocorrência a menos de 3% da população. Segundo a Pnad, esta proporção estava em 5,7% do total em 2009, ou 785 mil crianças.

O trabalho no campo é um dos principais focos de trabalho infantil. A Pnad 2008 mostrou que 73,2% das 141 mil crianças de 5 a 9 anos de idade que trabalham, o fazem em atividades agrícolas. A meta para a faixa de 10 a 13 anos é reduzir a menos de dois terços o número de 498 mil que ainda vão à roça. Em 2008, 58,5% das 852 mil crianças de 10 a 13 anos que trabalhavam, estavam na agricultura. As famílias encaram esse tipo de atividade com certa normalidade, por isso, o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) realiza encontros com lideranças de movimentos sociais e de pequenos produtores rurais para debater o problema e procurar mudar o modo tradicional das famílias agricultoras. Hoje, o MDA distribui material de divulgação contra o trabalho infantil no programa Arca das Letras, que leva bibliotecas a moradores do campo.

Questão cultural – Até a década de 1980, o entendimento predominante era de que o trabalho infantil era positivo porque retirava as crianças da rua, onde estão expostas ao crime e aos maus costumes. A partir da década de 1990, o tema do trabalho infantil passou a ocupar lugar de destaque na agenda nacional, associado a uma valorização da educação e a aprovação do Estatuto da Criança e Adolescente. A ministra Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos, avalia que a questão alcança agora um novo patamar, devido à prioridade no combate à miséria extrema. Quatro em cada dez brasileiros que vivem na extrema pobreza são crianças e adolescentes e tem enfrentado o trabalho precoce. “Não podemos considerar natural que crianças estejam desempenhando funções de adultos. Lugar de criança é na escola e é papel do Estado e da sociedade como um todo proteger os direitos das nossas meninas e dos nossos meninos”, diz Maria do Rosário. Se for mantida a tendência das últimas três décadas, o Brasil será um dos primeiros países do mundo a erradicar o trabalho infantil em suas piores formas, como a coleta de lixo reciclável e trabalho na rua. “A erradicação deve acontecer antes de 2015”, prevê o diretor do departamento de fiscalização do trabalho do MTE, Leonardo Soares de Oliveira. Segundo ele, mesmo com aumento da fiscalização, o número de crianças e adolescentes trabalhadoras encontradas vem caindo. Em 2013, o Brasil vai sediar a III Conferência Mundial sobre o Trabalho Infantil.

Entrevista

Luiz Henrique Ramos, chefe de divisão de Fiscalização do Trabalho Infantil do Ministério do Trabalho e Emprego

EQ: Por que foi menor o ritmo de redução do trabalho infantil nesta década em comparação com a passada?

LHR: Por se tratar de uma ação de erradicação, quanto mais perto está o objetivo, mais difícil é alcançar. As estratégias devem ser alteradas a cada ano porque, em algumas faixas etárias, o trabalho infantil já chega a ser residual.

EQ: É difícil localizar o trabalho infantil?

LHR: Sim, e a cada dia fica mais difícil. O resquício do trabalho infantil é um núcleo duro que exige políticas e abordagens especiais e diferenciadas. A erradicação enfrenta os desafios inerentes à articulação entre órgãos estatais para cumprir sua missão. A fiscalização deve agir junto com as políticas de transferência de renda.

EQ: As piores formas foram erradicadas em alguma região do Brasil?

LHR: Este é um problema social presente em todos os estados da federação.

EQ: Como atuar nos casos de trabalho doméstico?

LHR: A atuação no combate ao trabalho infantil doméstico e em regime de economia familiar limita-se à orientação ao público e ao encaminhamento das denúncias aos órgãos competentes, em decorrência dos impedimentos legais para intervenção direta da inspeção do trabalho.

EQ: Será possível erradicar o trabalho de menores de 13 anos?

LHR: Sim, será possível alcançar não só essa meta, mas também erradicar o trabalho infantil abaixo dos 16 anos e, em suas piores formas, abaixo dos 18 anos.