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Por Desirée Luíse, do Aprendiz
“Os jovens no Brasil dão importância para o consumo político, relacionado à atitude socioambiental. Mas estão longe de colocar isso em prática”. A conclusão é da antropóloga e uma das responsáveis pelo estudo “Juventude, Consumo e Cidadania”, Lívia Barbosa. Os resultados da pesquisa, realizada pelo Centro de Altos Estudos da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), foram divulgados nesta quinta-feira (11/11), em São Paulo (SP).
Chamado de diversas maneiras - consumo político, crítico, consciente ou ainda estilo de vida político (life style politics) -, esse modo de comportamento busca mudar práticas de mercado e políticas institucionais que não são consideradas éticas e sustentáveis, usando o consumo de forma estratégica.
De acordo com a pesquisa, feita com 457 pessoas de 16 a 25 anos do Rio de Janeiro e São Paulo, os jovens têm consciência da importância do consumo sustentável. Quando perguntados quais são as instituições responsáveis por melhoras na qualidade de vida da população, 33% responderam o governo federal, 16% acreditam ser o cidadão e 10% pensam na Organização das Nações Unidas (ONU).
Para a pergunta “Os cidadãos têm responsabilidade de informar-se sobre as empresas?”, 57% responderam que “sim, os cidadãos têm uma responsabilidade pessoal pela escolha de produtos e serviços”; 12% afirmaram que não; e 31% não sabiam.
Sobre os impactos sociais e ambientais, 81% revelaram estar informados do assunto e 19% disseram não estar.
No entanto, apenas 19% dos entrevistados afirmaram já ter praticado o buycott – compra de produtos pelo seu valor sustentável –, enquanto 81% responderam negativamente.
Segundo Lívia, outro dado demonstra a falta da prática voltada ao consumo político. Enquanto 17% dos jovens evitam compras com excesso de embalagens, 35% fazem isso às vezes e 51% nunca se preocupam.
O engajamento social realizado em forma de protesto também foi analisado no estudo. A maior parte dos jovens (98%) afirmou nunca ter participado de um boicote a produtos e somente 2% disseram ter se manifestado contra ação mercadológica que dizem não concordar.
Para a antropóloga, o baixo índice do consumo político dos jovens entrevistados tem uma explicação sociológica. “A discreta participação do jovem na política e o fato de a maioria morar com os pais são dois motivos fortes”, analisou Lívia. “Isso porque a situação faz com que ele esteja imerso em uma instituição [a família] que proporciona todos os tipos de serviço e apoio, o que torna mais difícil o contato dele com sua realidade e um consequente engajamento maior”.
De acordo com o estudo, 95% dos entrevistados moravam com algum tipo de parente. Destes, 75% com pessoa consanguínea da família.
A maioria dos jovens (79%) afirmou ter participação política na sociedade apenas na hora de votar. Além disso, 33% disseram nunca discutir política, 32% raramente o fazem, 28% responderam que falam sobre o assunto algumas vezes e somente 7% discutem política.
“O processo de construção da identidade no Brasil não estimula a autonomia, mas sim a ampliação das redes sociais. Isto é produto da estrutura social e valores culturais que a sociedade brasileira apresenta”, concluiu a pesquisadora.
O estudo foi feito por meio da aplicação de questionário entre 24 de junho e 1º de julho de 2010, em parceria com o Programa de Pós-graduação de Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).
Por Desirée Luíse, do Aprendiz
“Os jovens no Brasil dão importância para o consumo político, relacionado à atitude socioambiental. Mas estão longe de colocar isso em prática”. A conclusão é da antropóloga e uma das responsáveis pelo estudo “Juventude, Consumo e Cidadania”, Lívia Barbosa. Os resultados da pesquisa, realizada pelo Centro de Altos Estudos da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), foram divulgados nesta quinta-feira (11/11), em São Paulo (SP).
Chamado de diversas maneiras - consumo político, crítico, consciente ou ainda estilo de vida político (life style politics) -, esse modo de comportamento busca mudar práticas de mercado e políticas institucionais que não são consideradas éticas e sustentáveis, usando o consumo de forma estratégica.
De acordo com a pesquisa, feita com 457 pessoas de 16 a 25 anos do Rio de Janeiro e São Paulo, os jovens têm consciência da importância do consumo sustentável. Quando perguntados quais são as instituições responsáveis por melhoras na qualidade de vida da população, 33% responderam o governo federal, 16% acreditam ser o cidadão e 10% pensam na Organização das Nações Unidas (ONU).
Para a pergunta “Os cidadãos têm responsabilidade de informar-se sobre as empresas?”, 57% responderam que “sim, os cidadãos têm uma responsabilidade pessoal pela escolha de produtos e serviços”; 12% afirmaram que não; e 31% não sabiam.
Sobre os impactos sociais e ambientais, 81% revelaram estar informados do assunto e 19% disseram não estar.
No entanto, apenas 19% dos entrevistados afirmaram já ter praticado o buycott – compra de produtos pelo seu valor sustentável –, enquanto 81% responderam negativamente.
Segundo Lívia, outro dado demonstra a falta da prática voltada ao consumo político. Enquanto 17% dos jovens evitam compras com excesso de embalagens, 35% fazem isso às vezes e 51% nunca se preocupam.
O engajamento social realizado em forma de protesto também foi analisado no estudo. A maior parte dos jovens (98%) afirmou nunca ter participado de um boicote a produtos e somente 2% disseram ter se manifestado contra ação mercadológica que dizem não concordar.
Para a antropóloga, o baixo índice do consumo político dos jovens entrevistados tem uma explicação sociológica. “A discreta participação do jovem na política e o fato de a maioria morar com os pais são dois motivos fortes”, analisou Lívia. “Isso porque a situação faz com que ele esteja imerso em uma instituição [a família] que proporciona todos os tipos de serviço e apoio, o que torna mais difícil o contato dele com sua realidade e um consequente engajamento maior”.
De acordo com o estudo, 95% dos entrevistados moravam com algum tipo de parente. Destes, 75% com pessoa consanguínea da família.
A maioria dos jovens (79%) afirmou ter participação política na sociedade apenas na hora de votar. Além disso, 33% disseram nunca discutir política, 32% raramente o fazem, 28% responderam que falam sobre o assunto algumas vezes e somente 7% discutem política.
“O processo de construção da identidade no Brasil não estimula a autonomia, mas sim a ampliação das redes sociais. Isto é produto da estrutura social e valores culturais que a sociedade brasileira apresenta”, concluiu a pesquisadora.
O estudo foi feito por meio da aplicação de questionário entre 24 de junho e 1º de julho de 2010, em parceria com o Programa de Pós-graduação de Ciências Sociais em Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).
Por Felipe Maeda Camargo, da Agência USP
Filhos de pai ou mãe presos passam por problemas como preconceito e abandono nos abrigos do município de São Paulo. Tal situação foi observada pela professora Maria José Abrão em sua pesquisa pela Faculdade de Educação (FE) da USP. O abrigo é um lugar que oferece proteção, uma alternativa de moradia para crianças que foram afastadas dos pais por diversos motivos, como violência doméstica, abandono e prisão do responsável.
Pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o abrigo é considerado provisório e excepcional, utilizável como forma de transição para posterior colocação das crianças e adolescentes em família substituta. No entanto, Maria conta o caso de um jovem de 14 anos que relatou estar no abrigo desde que nasceu. Seus pais foram presos há 14 anos e, desde então, ele e seu irmão, hoje com 17 anos, ficaram em regime de abrigo.
“O jovem deveria ser reinserido na família com algum parente, isso é feito por intermédio de um trabalho com os familiares. Pela lei, a criança não deveria permanecer por tanto tempo no abrigo. Esta não pode ser uma solução para a criança, mas uma medida paliativa e de urgência”, comenta a professora.
Esse mesmo adolescente também relatou situações de preconceito na escola. Colegas faziam brincadeiras por ele ser filho de presos e até os professores o tratavam diferentemente. Segundo Maria, o exemplo do garoto não é exclusivo. Outras crianças e adolescentes que vivem em abrigos sofrem com diferentes tipos de preconceito. Ao visitar alguns abrigos, a professora percebeu que seus dirigentes e funcionários temiam comentar sobre as crianças filhas de pais encarcerados.
“As crianças acabam sendo penalizadas e estigmatizadas pelo crime do pai ou da mãe”, critica a professora, que aponta dificuldades que elas sofrem também para serem adotadas por causa do preconceito. Mas, ela relata um caso particular de quatro irmãos que tiveram a mãe presa. Um deles será adotado por uma família estrangeira; para que o processo de adaptação ocorra bem, o abrigo em que ele mora trabalha para que ele perca aos poucos a memória de sua mãe. Porém, Maria diz que a criança ainda tem um laço afetivo grande com sua mãe. Ela acredita que essa situação é complexa e pensa que prejudicará a criança.
Restrições
Segundo o ECA, os abrigos precisam preservar os vínculos familiares das crianças e não podem privá-las de liberdade, diferentemente neste aspecto de um internato. Apesar disso, Maria verificou restrições nos abrigos. Neles, não permitem que as crianças façam atividades escolares fora da escola ou do abrigo, além de não poderem visitar amigos fora desses locais.
Além disso, as crianças e adolescentes que conversaram com a professora disseram que não tinham contato com os pais. Somente em um dos abrigos visitados o dirigente admitiu que uma vez levou as crianças para visitarem seus pais na prisão, mas ele disse que a experiência não deu certo. “A criança não escolhe se quer visitar os pais , o adulto decide o que ela faz. Os abrigos estão mais preocupados com a questão de presos dos responsáveis pela criança do que as condições deles como pais”, afirma Maria.
Todos os relatos dos jovens que a professora obteve vieram de um abrigo que ela consultou para um trabalho de disciplina de sua pós-graduação na FE. Já em sua pesquisa, que fez parte de sua dissertação de mestrado pela FE, sob orientação do professor Roberto da Silva, nenhum abrigo permitiu que ela se aproximasse das crianças. De 20 abrigos consultados, somente sete permitiram que ela visitasse o local, com os dados vindos somente por via dos dirigentes.
Maria vê pouca preocupação com o a situação dos abrigos e do cuidado destinado aos filhos de presidiários pelas autoridades e comenta que há poucos trabalhos acadêmicos sobre o assunto. “As crianças filhas de pais presos são invisíveis, socialmente falando: pouco se sabe o que elas pensam, quem são, quantas são e onde estão. É urgente pensar políticas públicas para esse grupo a fim de garantir o direito à convivência familiar e comunitária como preconiza a lei.”
(Envolverde/Agência USP de Notícias)
Conferência sobre Ano Internacional da Biodiversidade acontece dia 23 de novembro com apoio da ONU e presença de autoridades, empresários, imprensa e acadêmicos.
O Instituto Humanitare realiza, no próximo dia 23 de novembro de 2010, a Conferência sobre o Ano Internacional da Biodiversidade 2010. O evento, que acontecerá no Clube Hebraico (Sala Marc Chagall), tem a cooperação do HSBC e da VALE, é voltado para autoridades, empresários, imprensa e acadêmicos e tem o apoio da Convenção da Diversidade Biológica (CDB) das Nações Unidas.
A Conferência traz o olhar sobre sustentabilidade de empresas como Bosch, HSBC, Siemens e VALE, de entidades como o IBRI (Instituto Brasileiro de Relações com Investidores), de consultorias como a McKinsey e do setor acadêmico (Universidade de São Paulo).
Estarão presentes no evento do dia 23 palestrantes como o Dr. Thomas Lovejoy, especialista em biodiversidade do Banco Mundial; a Embaixadora Vera Machado, Subsecretária Geral Política do Ministério das Relações Exteriores do Governo Brasileiro; a Sra. Cecília Martinez, Diretora Regional para América Latina e Caribe do ONU-HABITAT, entre outros. O patrono da Conferência é o Professor Emérito da Universidade de São Paulo (USP), Dr. Paulo Nogueira-Neto.
A Conferência contará ainda com uma palestra do Professor John Malin, Presidente do Comitê do Ano Internacional da Química, que será comemorado em 2011. Além das palestras, o evento terá mesas redondas e poderá ser acompanhado em tempo real pelo sitewww.humanitare.org/biodiversidade.
A Conferência sobre o Ano Internacional da Biodiversidade 2010 será encerrada com o lançamento do livro “Uma Trajetória Ambientalista – Diário de Paulo Nogueira-Neto” e o lançamento da Cátedra da ONU-HABITAT “Cidades Inovadoras e Sustentáveis”.
A Assembleia Geral das Nações Unidas declarou o ano de 2010 como o Ano Internacional da Biodiversidade, com o propósito de aumentar a consciência sobre a importância da preservação da biodiversidade em todo o mundo. O Ano busca, entre outros objetivos, evidenciar a importância da biodiversidade para nossa qualidade de vida; refletir sobre os esforços já empreendidos para salvaguardar a biodiversidade até o momento, reconhecendo as organizações atuantes; e promover e dinamizar todas as iniciativas de trabalho para reduzir a perda da biodiversidade.
O programa do Ano Internacional da Biodiversidade no Brasil possui o apoio institucional do Governo Brasileiro, do Centro de Informação das Nações Unidas para o Brasil (UNIC Rio), do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e do Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos (ONU-HABITAT). Nesse contexto, o Instituto Humanitare programou ações de conscientização, educação, reconhecimento e incentivo à preservação da diversidade biológica.
Todas as informações sobre a Conferência estão disponíveis em http://www.humanitare.org/biodiversidade
Serviço
Conferência do Ano Internacional da Biodiversidade – Instituto Humanitare
Data e horário: 23 de novembro de 2010 – 08:00 às 20 horas
Local: Associação Brasileira A Hebraica de São Paulo (Rua Hungria, 1.000 – São Paulo, SP).
Site: http://www.humanitare.org/biodiversidade