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domingo, 24 de outubro de 2010

Anote aí ...


A arte de cultivar valores

Por Juliana Lopes, da Revista Idéia Socioambiental

Como construir uma cultura organizacional alinhada ao desenvolvimento sustentável.

Que atire a primeira pedra quem nunca ouviu ou proferiu a frase “a sustentabilidade está no DNA da nossa organização”. O novo bordão remete ao debate sobre a importância relativa de genética e cultura para a formação dos indivíduos. Afinal, conta mais o que está nos genes de cada um ou o conhecimento e experiências adquiridos na interação com o meio?
Ao menos no que diz respeito às empresas, a cultura organizacional –defendida pelo criador da expressão, o psicólogo Edgar Schein, como “o equivalente ao caráter num indivíduo – sempre teve influência na sua identidade e posicionamento. Qual é agora o seu papel na transição para uma economia de baixo carbono? E como acelerar a mudança para esse novo modelo de desenvolvimento?


Para Paulo Branco, um dos sócios-fundadores da Ekobé, consultoria em sustentabilidade e responsabilidade corporativa, apesar da sua relevância, esse tema não tem sido o foco dos esforços de grande parte das companhias.
“Vejo muitas organizações procurando expressar o seu compromisso com a sustentabilidade, mas pouca energia colocada na construção da sua cultura em direção ao desenvolvimento sustentável. Tentam trazer novas tecnologias e ferramentas em um ambiente onde não há transparência e que continua privilegiando o ‘manda quem pode obedece quem tem juízo’. Assim, acabam perpetuando os valores no velho paradigma”, destaca.


Segundo ele, um primeiro passo importante é uma profunda reflexão sobre a visão e missão da empresa e até que ponto elas estão alinhadas com os valores que fazem sentido para o desenvolvimento sustentável.
“Essa é uma discussão complexa e a organização deve estar disposta a encará-la com a devida profundidade. São comuns avanços em processos e práticas, mas os progressos em valores, cultura e estilo de liderança levam mais tempo”, pondera. Ainda que esse processo de mudança não seja linear a ponto de indicar um passo a passo, existem alguns estágios comuns às empresas que já iniciaram a adaptação de sua gestão à sustentabilidade.

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