Projeto APIA mostra que o caminho da arte pode ser um excelente
meio de inclusão
da Redação
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Cerâmica produzida no Projeto APIA |
Quando Paulo fez 20 anos, Inês montou um ateliê para ele desempenhar a atividade profissionalmente com duas amigas ceramistas. “Começamos fazendo aromatizadores. Para compor o kit, fui comprar essências em uma loja e o dono encomendou seis mil peças. Como não daríamos conta, propus a capacitação de jovens de baixa renda com alguma deficiência para trabalhar conosco”, conta.
Daí nasceu, em 2003, o Projeto Apia – Atividades e Projetos de Inclusão Pela Arte, que obteve do Ministério da Justiça a certificação da OSCiP (organização da sociedade Civil de interesse Público). “Para haver inclusão, criamos módulos de oito alunos, com duração de um semestre, abertos para pessoas sem deficiência que contribuem com R$ 50 por mês”, afirma Inês, que é a coordenadora do projeto. Com doações de empresas, o valor arrecadado ajuda a pagar as despesas do ateliê e a compra de tornos e fornos.
Em cada módulo são feitas cerca de 800 peças vendidas em bazares, lojas e feiras de artesanato e sob encomenda como brindes para empresas. Depois das aulas gratuitas, muitos alunos com deficiência continuam frequentando o ateliê e recebem porcentagem do faturamento de acordo com os dias trabalhados e a produção. Já tive aqui 16 jovens com deficiência, vindos de instituições públicas, como as Capis – Centro de Atenção Psicossocial”, diz Inês. A capacitação envolve a confecção das peças biscoito – argila que recebe uma queima no forno a 800ºC – usadas nos aromatizadores. Alguns dos jovens progridem e criam cerâmica com pintura e segunda queima a 1.300ºC. Mesmo com dificuldades, Inês acha importante manter o projeto. “não há programas para jovens com deficiência, somente para crianças, apesar da lei de inclusão. E eles são capazes e precisam exercer alguma atividade.”
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